sábado, 31 de outubro de 2015

Cancro da mama | A minha história

Não se assustem que não tenho cancro da mama (pelo menos ainda não, nunca sabemos a quem calha).

A minha ausência provocou muitos pontos de interrogação em vocês e pensava eu que sairia e voltava de mansinho sem se aperceberem. Por isso e porque já são imensas as mensagens de melhoras sinto-me no dever de vontar-vos a razão da ausência (e nem de propósito visto hoje ser o dia naciconsultaprevenção do cancro da mama e com a minha história irão perceber a importância de que está prevenção parte de nós.

Há dois anos (mais coisa menos coisa) num dos treinos de natação estávamos a fazer umas competições saudáveis entre nós, quando sem querer (óbvio) um calcanhar atingi-me o seio esquerdo. Não vos sei descrever a dor, parecia uma bala de gelo a perfurar a pele, ao mesmo tempo que um autocarro esmagava-me o tórax, se é isto que os homens sentem quando magoam-se nos ditos cujos já ganhei outro respeito por eles.
Ficou por aí, a dor passou nunca mais liguei a isso. (Aqui é que errei! Depois de uma sequela assim devem de ir sempre ao médico.)

Os meses passaram-se, sempre que era altura do ciclo menstrual, sentia uma dor ali. (Sabem quando vão ao dentista, estão ali a escavar no dente e vocês sentem tudo? Era isso) Levei semanas até decidir fazer um auto exame, fiz palpação normal..... E encontrei......encontrei um caroço do tamanho de uma avelã.... E agora? O cérebro começou a trabalhar, coração a bater.
Estava tão aterrorizada que decidi não dizer nada, deixar isto andar. Mas a dor tornou-se maior e quando apercebi-me, o que era uma avelã passou a ser um ovo pequeno.

Lá fui contar à mãe (vamos sempre a elas, não é?), a partir desse momento vem aquela viagem "divertida" em médicos, exames, ecografias, mamografias.... Até a derradeira frase: "Isso é demasiado grande para um tumor benigno, terá de ser retirado antes que complique a situação".
Foram meses de espera, consultas, até alguém decidir do dia para a noite que teria cirurgia a 24 de Dezembro de 2014. Lembro-me de ter chorado imenso, além de estar apavorada com isto, teria de passar o dia de natal no hospital (desculpa perfeita para rejeitar a cirurgia e assim foi).

Mais uns mesinhos de consultas, dores e a 23 de Outubro de 2015 ( passada sexta) volto a ver aquele número no meu telemóvel. " Sra. Joana é para informar que terá cirurgia para retirada do tumor dia 27 de outubro então terá de dar entrada no hospital no dia 26 de outubro" confesso que bloqueei umas quantas coisas que ela disse.
Medo era só o que sentia.
O fim de semana passou rápido, segunda e terça não passaram nada rápido. Aqueles dois dias pareceram semanas enfiada no hospital.

As horas de espera até ser levada para o bloco foram de muitos nervos e choro, anestesia tomada e puff já estava feito e nem apercebi-me, foram quase duas horas na cirurgia e mais uns quantos minutos no recobro. Mas para mim foi tão rápido que nem acreditava. Bem dita anestesia geral.
Bem agora aqui estou eu, em casa a recuperar e à espera da biópsia ( que iremos trocer para que seja mesmo benigno :-D)

Com isto quis passar-vos a minha história, a importância do tempo e de irmos logo ao médico (afinal é para isso que lá estão) e ainda mais importante a prevenção e palpação. Temos de nos treinar a fazer a palpação, pode fazer a diferença.
Não conseguem fazer a palpação? Vão a rastreios, façam exames.


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